quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Racismo “ethos-brasileiro”

“A mudança econômica é o motor da História.” (Karl Marx)
As Placas da campanha de ACM Neto(DEM - BA),sofreram uma onda de ataques, além da destruição de placas, nas ruas existem muros com pichações e distribuição de panfletos que chegam a acusá-lo de racismo. O deputado Onyx Lorenzoni (DEM - RS), em uma entrevista declarou-se contra cotas racias, mas a favor de cotas sociais, de acordo com o deputado: "As cotas raciais são o germe da separação, o vÍrus da destruição, dessa coisa tão bonita que é ser tudo misturado." Mas o que é o racismo, e qual a importância desse debate no Brasil? estarei suscitando algumas questões através desses artigos com o intuito de gerar reflexões, e não afirmações. O racismo é a crença na qual as pessoas possuem características inatas, biologicamente herdadas, que determinam seu comportamento. Nessa visão são atribuídas hierarquias para “raças”, na qual são classificadas como “melhores” ou “piores”, “acima" ou “abaixo”. Um dos primeiros grandes teóricos racistas do século XIX foi o Conde Joseph Arthur de Gobineau (1816-1882).A primeira parte de sua principal obra, foi publicada em 1855 Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas, nela expõe sua tese sobre a existência de uma superioridade inata das raças brancas e louras (arianas) sobre todas as outras. Gobineau, recebeu o título de representante diplomático no Brasil em 1869, ele afirmou em sua estadia no Brasil, que o único membro da raça superior que encontrou foi Dom Pedro II, que tornou-se seu amigo. A teoria racista, justificadora da dominação feudal, se transformaria numa ideologia justificadora da dominação dos países capitalistas centrais sobre os países da África, Ásia e América Latina e também da dominação de uma elite proprietária sobre o conjunto da população trabalhadora. O livro compõe, a primeira tentativa ambiciosa de reconstruir toda a história universal por meio da teoria racista, reduzindo a simples problemas raciais todas as crises da história, todos os conflitos e as diferenças sociais. O gobinismo não podia ser incorporado na sua integralidade ao campo ideológico da moderna burguesia europeia e norte-americana. De fato, uma parte dos intelectuais da geração de Gilberto Freyre esteve muito preocupada com a mistura racial e os impedimentos, ou possibilidades, que a mistura racial pudesse criar para o progresso burguês. Desde o término da escravatura, em 1888. instaurou-se na consciência das classes dominantes no Brasil uma preocupação persistente, aberta ou dissimulada com a europeização e o branqueamento da sociedade brasileira. Foi no interior dessa corrente de pensamento que se formou a preocupação com a singularidade, a originalidade e o caráter positivo da mistura racial que havia resultado da escravidão. Foi essa corrente de pensamento que conferiu legitimidade científica e ideológica à miscigenação; que encontrou na mistura racial o segredo do 'ethos brasileiro'; e transformou o mito da democracia racial num dos núcleos da ideologia dominante, nas relações de dominação - apropriação internas e na imagem diplomática do país no exterior. Atualmente sabe-se que "raça" não existe em termos biológicos, mas apenas existe através de uma construção social. De acordo com Otávio Ianni, em sua obra Escravidão e Racismo, ocorre que na formação social capitalista a organização social redistribui e reclassifica continuamente as pessoas, família e grupos, em termos de sexo, idade, nível educacional, religião, etnia, raça e classe social, além de outros atributos fundamentais ou secundários. Por isso é que no século XX as pessoas são também classificadas como branco, negro, mulato, índio, mestiço, italiano, alemão, japonês e assim por diante. Na reprodução social da vida, na fábrica, reproduz-se tanto o que é material como o que é espiritual. Ao continuadamente tanto o negro e o branco – ou outras raças – como as imagens e os atributos que cada um e todos possuem de si mesmos e uns com relação aos outros. 

Por Laila Cristina

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